Por Daniel Lima, em artigo enviado ao Blog
Diferentemente do que a maioria das pessoas pensam, o advogado não é um defensor de bandidos, é um defensor de direitos. Trata-se de uma função indispensável ao funcionamento social. Aliás, a própria construção do Estado Democrático de Direito e incontáveis avanços sociais contaram com a participação ativa dos advogados. Um breve cotejo histórico evidencia a importância da classe na construção de uma sociedade melhor.
Advogado, pela própria definição da palavra, é aquele que é chamado a falar em nome do outro. Bate às portas do Judiciário tantas vezes forem necessárias para garantir os direitos de seus constituintes.
Quem leva recado não merece pancada. Enquanto porta-vozes de nossos constituintes, trabalhamos para levar à justiça os fatos que deverão ser imparcialmente analisados e julgados pelas autoridades. Nosso papel é imprescindível à manutenção da justiça.
Na advocacia criminal, de modo especial, a opinião pública, muitas vezes divorciada do conhecimento técnico, confunde a pessoa que está sendo acusada de algum delito ou mesmo um crime bárbaro que choca a sociedade por sua torpeza com a pessoa do profissional que ali está defendendo as garantias legais do direito de defesa de todos os cidadãos.
Importante frisar que o advogado também são cidadãos comuns, frequentam restaurantes, clubes sociais, entidades de classe e, principalmente, nos finais de semana encontros familiares onde muitas vezes são questionados por esses e por amigos como ele pode defender uma pessoa que cometeu um crime tão abjeto.
Nessa hora, faz-se imprescindível a tolerância e a resiliência para explicar de forma bastante clara que não se está a defender a pessoa do acusado especificamente, mas sim o seu direito de defesa, que precisa ser assegurado pois um dia algum daqueles entes queridos pode vir a ocupar o banco dos réus, e, nessa posição, precisará de um advogado que leve sua mensagem ao judiciário.
Daniel Lima é advogado criminalista.
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